O Diário de Malygris, Dragão Azul Ancião Pt: II

Postado por Clever lá pelas 15:36

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Novamente meus pensamentos foram interrompidos, meus planos de acumulação de glória invadidos por lacaios deste Culto do Dragão. Como o primeiro visitante me informou anos antes, mais insetos iriam se aproximar de mim. Este grupo era o maior até então, uma matilha diversificada de mamíferos, aparentemente de raças divergentes (posto que seus cheiros eram inconsistentes entre si). Eles viajaram pela terra para aquecer-se em minha glória, posto que não vieram magicamente preparados para batalha (ou trapaça). Em todo caso, havia muito barulho e burburinho -para os meus ouvidos- sobre o meu Lar antes que eles ousassem entrar. Quando entraram, todos se curvaram e se humilharam o suficiente para serem admitidos.

Como eu havia corretamente previsto, este grupo veio desse culto deles. Desta vez eles ofereceram uma quantidade mais significativa e própria de ouro e outros valores. O seu, assim chamado, mago -eu pude sentir sua magia trivial e componentes mágicos que ele carregava em meio ao seu suor e seu medo, sem dúvida devidos à minha majestade imponente- me ofereceu também vários itens mágicos triviais e pergaminhos que ele mesmo escreveu. Como se esse fato fosse me impressionar! Mesmo se tratando de uma oferenda tão trivial, eu a aceitei. Porque um membro da minha gloriosa raça precisaria de itens ou feitiços criados por esses insetos está além da minha compreensão, mas eu demonstrei que, também eu, posso ser gracioso, seguindo as formas antigas de comunicação e negociação.

Tendo aceitado seus presentes irrisórios, eu estava agora obrigado a ouvir seus discursos desajeitados. Primeiro, o "mago" falou de mais mágicas, poder, e o maior dos tesouros (de novo essa frase) que esse culto deles poderia me trazer no futuro -se eu permitisse que eles continuassem a se associar com a minha augusta presença. Como suas imaginações insípidas não conseguem sequer começar a perceber a grandeza de meus próprios planos, eu me recuso a recordar suas promessas.

Então um outro, aparentemente um guerreiro, a julgar pelos seus modos, tomou a palavra -talvez seus cérebros de mamífero só consigam memorizar uma quantidade limitada de informação de cada vez, o que explica esse revezamento- para me lembrar da censura que eu recebi daquele enorme tolo, Sussethilasis. O inseto salvou a própria vida imprestável observando o fato óbvio de que eu estava em meu pleno direito enquanto lorde dracônico de meu domínio em tomar qualquer caravana bípede patética que desejar. Como poderia eu saber que o iludido auto-proclamado "Suzerano de Anauroch" havia reclamado seu conteúdo? Ela não passou bem debaixo do meu nariz? Não foi isso uma afronta ao meu poder? Eu deveria acreditar em todos os mamíferos quando eles dizem estar protegidos por ele? Aqueles insetos teriam dito qualquer mentira que eles achassem que pudesse poupá-los de uma morte horrível pelas minhas garras e dentes. Deveria a ameaça de vingança de uma fortaleza longínqua cheia desses insetos ter dissuadido minha fúria mortal? Eu penso que não.

Mesmo esses insetos do culto concordaram que minhas ações foram justificadas. Eles deixaram claro que compartilhavam de meu ultraje, e que sua oferta era para, em sua maneira modesta, substituir a indenização que o suzerano arrogante de coração negro impôs sobre a minha fortuna. Talvez esses insetos tenham algum bom senso afinal.

"Já que você foi injustiçado, ó grande, deixe-nos falar de outra grande injustiça, ministrada sobre outro destinado à glória, grandeza e imortalidade". Assim eles começaram a história deste fundador do culto, ao qual eles chamavam -com reverência de mais para seres que se encontram em minha presença- Sammaster, O Que Primeiro Falou. Ao invés de contar a história toda, eu a resumirei abaixo. Não é uma história totalmente entediante e possui alguns elementos épicos aqui e ali -embora seja tipicamente cheia de preocupações mamíferas com sua própria posição nestas terras.

Esse Sammaster era um mago -aparentemente- importante e influente nascido a mais de cinco séculos atrás pelo calendário dos mamíferos. Ele cresceu de sua posição modesta usando sua astúcia e poder para superar os outros mamíferos que se colocavam em seu caminho. Depois de um certo tempo, sua grandeza foi reconhecida pelos deuses dos insetos. Sua deusa da magia concedeu a esse Sammaster um toque de seu poder. Esse toque divino o levou a glórias ainda maiores e deu a ele uma visão do futuro que ninguém mais possuía.

Tal era a grandiosidade do mam-, é... do homem que os mesmos deuses que o favoreceram se viraram contra ele. Eles aparentemente temiam seu poder sempre crescente e sua visão surpreendente através das brumas dos tempos vindouros, e a Senhora da Magia removeu o poder de Sammaster.

Enquanto alguns achariam isso um ato de grande contrariedade, não foi assim com esse Sammaster. Ao invés disso, sua mente se libertou da presença de um deus trivial. Ele tornou a si mesmo imortal (não é lá uma façanha desconsiderável, especialmente para um mamífero), e assim melhorou suas chances de atingir seus grandiosos objetivos. Foi também durante essa época que ele descobriu a profecia deliberadamente encoberta por antigos "sábios eruditos" muito temerosos para encarar a verdade atordoante...

-Dos diários de Malygris, Dragão Azul Ancião do Sul de Anauroch, cerca de 1355-Cômputo dos Vales


Continua...

1 comentários:

Costa disse...

O Diário de Malygris, Dragão Azul Ancião Pt: II

E depois...

O Dragão preto do zóio branco X
Saci Afro- descendente do Zóio preto e portador de necessidades especiais...

O combate do século!
Você nãaaaaaaaaaaaaao pode perder!
XP